A importância dos amigos
Quanto mais dias acumulamos no nosso reloginho cronológico, mais aprendemos sobre a vida. Isso é verdade. Há certas coisas que a maturidade nos ensina a enxergar.
Existiram, existem e existirão uma série de pessoas que passam pelas nossas vidas. Todas elas nos deixam marcas e nos ajudam a constituir nossa personalidade.
Até aquelas pessoas que nos trazem mágoas, também nos deixem coisas boas. Se não nos ensinam de fato, alguma coisa, nos fazem enxergar outras.
Não posso reclamar. Sempre tive ao meu redor, pessoas maravilhosas. Mesmo que momentaneamente, até mesmo momentaneamente maravilhosas.
Sei a diferença de amizades pra vida toda e aquelas passageiras. Tenho, em minha vida, dos dois tipos.
Amigos de verdade sabem a diferença entre um sorriso vindo de dentro e um sorriso aparente, sabem de seus problemas antes mesmo de perguntá-los. Os abraços apertados são mais confortantes do que uma seqüência de frases e um ‘eu te amo’ substitui um ‘eu te falei’ perfeitamente. Amigos lêem seus olhos, sua mente e sabem exatamente como você reagirá diante de cada situação. Aos olhos deles, somos previsíveis.
Conselhos são dados e opiniões são mencionadas, jamais impostas. Cada um sabe o que é bom pra si. Estes são nossos companheiros para pulos e gritos de vitórias, mas também são ombros para as derrotas. Afinal de contas, aprendemos com os nossos próprios erros, por mais que os erros dos outros nos traga lições.
Têm amigos que a vida distancia, mas o amor aproxima a cada palavra dita, escrita, escutada, lida. Não precisamos ver diariamente, mas sabemos e sentimos como sempre.
O dia-a-dia é o melhor professor que existe. É gratuito, voluntário e infalível.
A convivência com o outro é importante. O troca-troca de roupas, os filmes acompanhados de doces e pijamas, o brigadeiro de panela depois de uma desilusão amorosa, os quilinhos a mais adquiridos no inverno, o cinema entre amigas, a divisão de tarefas para organizar o apartamento depois de um dia de sol e praia, o compartilhamento de dores e frustrações, a tomada de partido (um por todos e todos por um), o bar para afogar as mágoas depois de uma semana cansativa, as voltas e voltas no quarteirão em uma noite de domingo só para colocar as fofocas em dia, as confissões fora de hora, as declarações em meio a um show na praia, os chat-mails, as broncas, o instinto de proteção, o compartilhamento de gírias, as viagens repentinas, as risadas em um metrô lotado, o ato de ‘não fazer nada’ em conjunto, o debate consecutivo sobre o mesmo assunto, a visita-surpresa, o plano de vingança elaborado em grupo, a tpm e mau humor matinal compreendidos, o abraço de urso e a certeza de que a união é capaz de quebrar qualquer barreira e de que a solidão deve ser dolorida. Não sei o que é isso e pretendo não saber.
Amizade não escolhe cara, nem coração. Amizade, assim como o amor, simplesmente acontece. Algumas nos acompanham por uma vida inteira, outras por anos, outras por meses, outras por dias e algumas por horas.
Amo cada amigo de uma forma diferente, mas todos sinceramente. Sei das qualidades e defeitos de cada um. Não sei o que seria de mim sem meus pedacinhos.
